ALGUMAS COISAS NÃO FAZEM SENTIDO!
Algumas coisas não fazem sentido,
outras coisas não têm sentido,
outras ainda, nunca terão sentido.
ou talvez, nada precisa de sentido.
já dizia o sábio quanto a isto:
vaidade de vaidade,
é tudo vaidade.
é como correr atrás do vento.
Busco em mim a alma do poeta,
carrego o dilema, a folha e a caneta.
acredito que sentado debaixo da mulemba
olhando para o vazio do universo,
os ventos a mim se derramarão,
e em fios as palavras, vida ganharão.
Silencio meus pensamentos
e em segredo ao lado do ribeiro,
penso que carregarão no fim da tarde versos.
Ou ainda se de meus desejos me despir,
e naquela praça me assentar,
e contemplar os amores das suas juras saberei décor.
Hum! Engano meu.
Toda vez que naquela árvore me deitei,
nada mais vi,
além dos meus pés cansados,
e o corpo adormecido,
na frescura dos seus cabelos.
Quando para junto do Rio me sentei,
meus olhos viajavam apenas com brilho dos líquidos cristais aonde os peixes cavalgam num silêncio curioso.
Quanto aos amores,
dos seus segredos não me tornarei especialista,
e das suas juras não quero que minha folha faça uma lista.
São mais escuros os abraços deles do que a caverna que ao sol não conheceu.
mais frio do que a antártica que o sol não beijou,
e mais triste do que o dia cujo o sol não o visitou.
Se da caneta, as palavras do poeta fugir
e as rimas perderem o sentido,
talvez já não existirão poemas e ninguém o poderá coagir.
Quem sabe um dia o pintor terá o pincel sem tinta,
ou não haja retrato que se pinte ou retrate?
Quem sabe a música um dia vai se calar,
e para as estações ninguém mais vai olhar?
Quem sabe do mel as abelhas não mais vão se interessar,
e das presas o leão vai desdenhar?
pois é,
quem sabe?
Afinal algumas coisas não fazem sentido
Outras coisas não têm sentido,
e outras ainda nunca terão sentido.
E a menos que o amor não faça milagres,
então nada se encaixa,
e não há dor que o tempo afasta.
e qualquer fala fora a esta é mera falácia.
By TELMA ALMEIDA
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