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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

SOBRE A TEOLOGIA AFRICANA: UMA BREVE EXPLICAÇÃO!

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A Cinquenta anos atrás, foi publicado um livro que marca o início de uma reflexão teológica fecunda, no continente Africano. Pode um fenômeno tão complexo como é a formação de uma teologia ter uma data de nascimento e, portanto, comemorar aniversários? A resposta espontânea seria Não! uma teologia nasce e vai tomando forma quase impercetível, através de pequenas contribuições que adentram em novos campos. Mas colocar uma data de nascimento, mesmo sendo arbitrária, ajuda a perceber que a teologia existe ou (a ter noção da sua existência). A data em que normalmente convergem, pelo menos em círculos católicos, é 1956, ano da publicação do livro em noirs s'interrogent Paris Des Prêtres (E os padres negros se perguntam). O que esses sacerdotes (quase todos eles aprofundando seus estudos teológicos em Roma) perguntavam, era sobre a possibilidade de expressar a fé cristã em categorias filosóficas e linguagem culturais negro africanas e não na linguagem da

ALGUMAS PERSPETIVAS TEOLÓGICAS A RESPEITO DA FRAGILIDADE DAS RELAÇÕES HUMANAS

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 Para pensar e construir algumas perspetivas teológicas, partimos do sentido etimológico da palavra teologia, que significa ou aponta para o “saber de Deus”. Saber esse que também é visível nas relações humanas. Estas devem ser pautadas no amor, respeito pelo outro, independente de quem for o indivíduo. O compromisso da igreja como comunidade do Reino é anunciar e sinalizar o Reino em vários aspetos do humano, fazendo com que os indivíduos enxerguem a nova vida em Deus como um dom e que precisam valorizar e cuidar para que ela aconteça. O conceito de graça, em Leonardo Boff, é interessante para pensarmos em uma perspetiva teológica das relações humanas, entendendo que a graça de Deus conduz o perfeito amor para a reconciliação entre Ele e a humanidade perdida. Essa graça, por sua vez, aponta para o amor e a presença de Deus no meio do seu povo. Segundo Boff "Graça é sempre encontro, na extrapolação de Deus, que se dá e do homem que se dá. Graça é, por natureza, o rompimen

PARA UMA TEOLOGIA AFRICANA

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Vivemos em uma sociedade global e plural onde o grande desafio é elaborar uma leitura teológica multicultural e intelectual da Bíblia. Desta forma o primeiro ato do fazer teológico é o compromisso com a realidade. Isto envolve uma ruptura radical epistemológica e uma "hermenêutica da suspeita" dando espaço a práxis teológica. É neste sentido que surgiram na década de 60 e 70 vários debates tendo em vista a forma do Africano de se autocompreender. Tal pensar abriu caminho para um viés litúrgico diferenciado da anteriormente praticada. As línguas africanas marcavam a pauta identitária, ao passo que os pais teólogos africanos se empenhavam em uma elaboração teológica mais perceptível e compreensível para o africano.         Desta forma, duas ramificações surgiram: A teologia pastoral vs teologia académica,  (aqueles que se preocupavam em trazer um pensamento teológico diferenciado, com maior rigor cientifico e elaboração teológica). Tal situação permanece até hoje, c

QUANDO AS LEIS FALAM UMA LÍNGUA E O POVO OUTRA!

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Desde que o ser humano preferiu abandonar o “Estado de necessidade” e constituir a vida em sociedade. Viu-se obrigado a construir um conjunto de instituições que pudessem exercer o papel de mediadores em suas relações. Porém os benefícios iniciais e a fé nas estruturas sociais para erradicar ou eliminar os conflitos existentes na sociedade foram se diluindo. Ou seja, na mesma proporção em que a sociedade foi se tornando complexa seus problemas também foram sendo ampliadas. (Acesso a Justiça p.7)   Já dizia Aristóteles na sua obra a politica: o homem é naturalmente feito para a sociedade politica ele é um animal cívico, mais social do que as abelhas e os outros animais que vivem juntos. O que o diferencia dos demais animais, seria o sentimento obscuro do bem e do mal, do útil e do nocivo, do justo e do injusto. E para manifesta-los nos foi dado principalmente a fala. Sendo a palavra como o laço de toda sociedade domestica e civil. O Estado, ou a sociedade politica é inerente a natu