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Mostrando postagens de 2019

BASTA DE ATOS GENOCIDAS "POR ENGANO" ou "SEM QUERER QUERENDO" CONTRA A POPULAÇÃO NEGRA!

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Ouviu-se um som no Rio de Janeiro, o som de um choro amargo. Era a África preta chorando mais uma vez por um dos muitos de seus filhos; seus filhos, outrora forçados a deixá-la, agora ceifados como ovelhas no matadouro de um sistema que os leva dia após dia para uma carnificina. Seus autores, devidamente treinados na arte da precisão e da execução, reivindicam inocência alegando "engano" porém ela (África) não quer ser consolada, pois todos estão sendo mortos. Velhos, crianças, jovens, adultos estão sendo fuzilados, algures por aí: nos becos da periferia, nas valas escondidas, nos galpões abandonados, nos centros urbanizados. Parafraseando Ney Matogrosso: Se correr o bicho pega Se ficar o bicho come Porque eu sou é preto(a) Porque eu sou é negro(a) Menino eu sou músico, pessoa do bem, pai de família e trabalhador. Porém esses títulos todos de nada me valem em um mundo marcado pela existência de uma sintaxe política da eugenia e de uma política de

PAZ SEM PÃO! ATÉ QUANDO?

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Um dia como este era celebrado a tão aclamada paz em Angola, o segundo maior ganho da nação após a independência.  E desta forma ela chegou, Chegou como quem não quer nada, apenas desatar os nós da sociedade amargurada, Chegou tímida, envergonhada, acanhada pela longa espera, porém radiante com os sorrisos caprichosos daqueles afetados pela longa demora, Chegou o sonho utópico de muitos, Chegou o verão após o longo inverno, Chegou o sossego após o desespero Chegou a calmaria após longo tormento, Chegou o sal que saborearia a vida após mergulhar-se no longo desencanto. Enfim… Ao fim, o que importa mesmo é que ela chegou. Como uma linda noiva se preparando para o seu noivo, ela chegou. Do passado ela não quer esquecer muito menos nele se prender. Pelo caminho deixou amantes que deram suas vidas para obter-na, flertadores que com ela brincavam sem jamais querer em seus braços obtê-la. Mas ela jamais perdeu a esperança que seu grandioso dia chegaria

O ROMANCE MAIS CONFUSO DE UMA LUTA INACABADA

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Ela tanto gritou que a senzala se agitou; Tanto se apavorou que o alvoroço ecoou; Lá de dentro o seu barulho era insuportável. Era demasiado para passar imperceptível. Liberta-me! Liberta-me! Vista-me de liberdade! Eram esses os seus gritos. Passou fome escolhendo comer os açoites em suas curvas. Enjoada , vomitava o ódio gerado pelos assombrosos toques em seu corpo, das mãos sem luvas. Do lado de fora não havia quem por ela passasse sem se enojar com o cenário. Inertes , submersos, e entregues a resignação, não havia quem agisse do  contrário. Os traços de uma beleza roubada estavam marcados com golpes numa face tão devastada. Tinha arranhões em toda parte. Seu amante quis retirar-lhe  sem piedade toda a fortuna. Seus diamantes foram puxados a sangue frio do seu estômago e das suas veias, como uma criança apodera-se dos mamilos. Assim ele arrancou das suas veias o petróleo. O mais absurdo é que, embora tragava as mais preciosas pedras como o canibal, e salivava com a su

O PAÍS DO PAI BANANA PARTE II

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O que adianta termos maior liberdade de expressão se nos foi suprimida a alma revoltada? O que nos adianta ter um presidente "amigo do povo" se é o mesmo que nos devora a crença na boa governança? Feito criança brinca com a caneta, doutorados na arte do ludibriamento enchem o povo de esperança, e quando dão por si, zass lá se foi mais um decreto. Estupefacto ficamos, atônitos murmuramos, e a goela abaixo engolimos, as cagadas medidas, desmedidas e descabidas de um governo que apanha de si mesmo na sua luta contra a corrupção! Os cadáveres andantes vão aplaudindo, mal sabendo eles que é sobre seus tetos que vai explodindo cada caneta rasurada em decretos. Os semitérios vão agradecendo, é mais uma carrada de gente que vai nele fazer moradia pela impossibilidade de chegar na Pátria Salvadora Namíbia. Os corruptos vão gargalhando, pois aumentam dificuldades aos comuns e vendem facilidades aos nobres. No país do pai banana parte II, o P se transformou em Padrasto, o S deu lugar

A DANÇA DOS LAMBAS O 4

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Queria fumar um cigarro abraçado no sol das dose para sentir a temperatura infernal das zungueiras que queimam os pés descalços que alimentam fiscais tóxico dependentes. Queria ser a mortalha enrolada nos lençóis do fumo das fábricas de África que afecta inocentes Emprestam-me o Isqueiro quero acender em mim à vontade de devolver as pernas do mutilado olvidado pelas Oliveiras da pátria árdua talvez a excitação do meu cigarro consiga   Dar cócegas às mágoas Me dá Stalo de puxar duas pancas e chamar uma panca  para arrastá-la na lama que atrae as ruas nuas de asfaltos descartáveis onde os tubos excitados penetram nos buracos lubrificados de chuvas Fumo rapidamente para saudar o imediatismo da juventude artificial Dementes que jardam corpos em vez de mentes By William Scobar