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Mostrando postagens de 2020

ENTÃO É NATAL

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Então é Natal! 365 dias depois chegou novamente o Natal. Se recuado alguns meses, o horizonte nunca esteve tão distante, como aquele parente que de tão distante fez de sua falta algo gritante.  Poderíamos mesmo dizer alarmante, afinal esse foi o prólogo deste enredo chamado dois mil e vinte. No entanto, isso é papo para outro momento, por agora toca celebrar o Natal. Então é Natal Como quem nada quer, assim ele chegou! sem ser notado, nem percebido. Talvez seja esse o único e verdadeiro espírito de Natal: fazer da surpresa sua grande aliada! Num mundo cheio de holofotes a ausência na presença é mais importante que a presença na ausência. Os bastidores são mais importantes do que os palcos. E foi assim que Ele veio: da cidadezinha da Judéia para a grande metrópole, da solitude da manjedoura para os braços da humanidade acolhedora. Então é Natal! E neste natal, não tenho a mínima pretensão de usar palavras estaparfudias,  fazer uso da verbologia, e me perder na hipocrisia!  Estivemos, e

ANGOLANO(A)S DE TODOS LUGARES UNI-VOS, pois, A LUTA QUE É DE TODOS NÓS CONTINUA!

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Da diáspora ouviu-se um som, é o choro de uma mãe angolana que novamente perdeu seu filho para à represália policial.  E em seguida, silêncio! É o silêncio angustiante do horror face à banalização do Ser.  Seguido de um espanto, é o espanto diante da condição do(a) jovem caído(a) em sua poça de sangue. E subsequentemente revoltas: assassinos! é o único vocabulário capaz de descrever a brutalidade exercida por quem foi incubido do sujo trabalho do assassinato em massa. Em massa mesmo, foi o equipamento do aparato de repressão do regime qual igual uma guerra, alá "guerra civil", a fim de silenciar as vozes clamando por "liberdade, ainda que tarde"! É desta forma que minha alma assombrada pelas imagens e vídeos provenientes de Angola. Pese, embora nos alegremos com à coragem daqueles que não se calam, não se acovardam, nem sucumbem perante o Estado suicidário angolano, perpetuado pelo MPLA, por outro lado, sentimos o luto daqueles que lutam por uma Angola melhor!  Hoje

PAI É AQUELE QUE MESMO NA AUSÊNCIA SE FAZ PRESENTE.

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Pai, hoje é aquele dia que nos disseram que necessariamente tenho de me lembrar de ti. Porém, como lembrar de quem jamais nos esquecemos? e como se esquecer daquele constituinte de tudo que sou? Em cada respirar, em cada conquista inalo sua fragrância, em cada brincadeira, em cada risada  vislumbro sua essência, tal como a brisa bate meu rosto, é em sua imagem desfocada pelo tempo que encontro amparo. Como lembrar de alguém que jamais a memória nos deixa apagar? Em cada lágrima, em cada barreira enfrentada, em cada desafio, em cada suspiro, contemplo em mim a transcendência da sua imagética. É verdade que partiste muito cedo, nem tempo para um retrato a dois tivemos. Desde os nove tive que aprender a me virar nas provas dos nove. Ressignificar a terminologia pai e enxergar numa mulher a duplicidade: pai / mãe. Prefiro acreditar que ela não foi pai e mãe - afinal pessoas são insubstituíveis - ela foi sim, e ainda o é, uma mulher que encarou o desafio proposto pela vida ao criar sozinha

REFLEXOS

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Reflexos! I NÃO CONSIGO RESPIRAR! Ele gritou o quanto pode, mais ninguém o socorreu, curiosos filmaram, mais do corpo caído e da pele negra não se compadeceram, muito menos o sufoco refletido no olhar encontrou no espetador conexão. Alguém gritou: esta ficando sem ar! Entretanto na suavidade vocal se deixaram ficar entretendo-se com as belas selfies que o requintado celular conseguiu captar.  Como diz o velho ditado palavras valem o que valem: apenas palavras! É o reflexo da famosa sociedade mentecapta que transforma o ilusório no real e o real no ilusório.  O mal já esta feito: um "filme" repetitivo de terror, porque não de horror? próprio desta biopolitica genocida que tem no racismo a sua principal vertente, exibindo sua mais pura crueldade aos considerados "condenados da terra" filhos bastardos deste "Estado suicidário" que delegou aos amigos, favores e privilégios ou melhor dizendo: tudo.  E aos escolhidos para a inimizade, a brutalidade policial, o e

Antes que à morte me acorde

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Antes que à morte me acorde! Assombrado diariamente com o para-sempre voltei-me atropelado para o passado num desejo incabível de não o largar. Não que este tivesse sido feliz e amigável, mas, a risonha incerteza da qual se veste o futuro e a estéril felicidade do presente, fazem-me despir a coragem que amamentam a alegria de me aconchegar. Antes que a morte me acorde! Recorro ao passado distante para viver ainda que em forma de penumbra o sorriso inocente de um príncipe e a autodeterminação de um povo, envolto a sua realeza. Um tempo em que a formosura dos rostos não sucumbiam face a tristeza ou face a amargura da alma imposta pela violência descabida. Um tempo em que o amor e a compaixão pelo corpo negro não se curvava pelas selfes da alma sem comoção.       Antes que a morte me acorde! Como osso entre os dentes de um recém-nascido, assim, confundes-me entre beijos e zumbidos como quem lambe com navalhas a pele que parece acariciar.  Não se trata de pele muit

Feliz dia das Mães!

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Dias como o de hoje, vêm para nos lembrar que devemos valorizar quem realmente importa! Não é a toa que o primeiro mandamento bíblico com promessa é o “honra sua mãe e seu pai”. Honrar é respeitar, é amar, é lembrar, é cuidar etc. Só fazendo isso, é, que a vida nos irá bem.  Porém como celebrar a vida diante da cultura da morte que o humano se acomodou? De onde buscar força para celebrar esta data diante do Covid-19? Bem, primeiramente é necessário trazer a memória aquilo que nos dá esperança: Cristo. Bem como o encanto de uma mãe diante do sorriso de uma criança. O convid-19, para além do temor trouxe também a tona a relevância do cuidado aos nossos pais, pena que alguns (amantes da cultura da morte) insistem no deboche. Por outra, que bom que o escritor bíblico descreve categoricamente “Pai e Mãe” e não apenas pais no plural, até parece que ele já sabia que elas seriam fustigadas pelo sistema vigente que tende a subalternizar, hierarquizar e marginalizar os diferentes. O machism

PAZ EM ANGOLA E TESTES EM ÁFRICA

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4 de abril, e o sol se abriu, seria mais um dia de sorriso se não fosse a tosse, a febre e a dor de cabeça que o ocidente causa ao povo Africano. Uma dor de cabeça que se alastra ao longo dos séculos. Passam segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos etc. O filme é o mesmo: coração que maquina planos perversos, e pés que se apressam para fazer o mal (Pv. 618). 400 anos de desumanidade, saques e pilhagens, não é o bastante!  400 anos de implementação de um sistema opressor, conspirador e cleotocrático, não é o bastante! 400 anos de tentativa de apagamento de um povo e sua cultura milenar, não é o bastante! 400 anos objetificando um povo, relegando um continente inteiro à inexistência, não é suficiente para tanto desejo mortal. O que esperam de nós ? Rosas? Esses sanguinários sugam tudo, e de tanto tudo se desumanizam a eles próprios. Uma espécie de vampirismo raro que combina o mais alto narcisismo com a divindade diabólica. Como se estivessem fora da realidade:

CALADO É UM POETA

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"O dia que a terra parou", já cantou Raul Seixas, "Terra de ninguém" diria o oportunista que faz da economia sua idolatria, Idólatra é aquele que torna o dinheiro maior que à pessoa,  e de forma egoísta faz da centralidade do seu umbigo o seu deus. Mas quem poderá tirar o véu? Mamon ganha visão e o povo carrega a opressão de uma luta inglória. Só Jesus na causa o povo suspira! "Em terra de cego quem têm olho é rei", alegoria! Desdenhar de uma pandemia que fez milhares de mortos, enfermando outros milhares e levando o restante à reclusão, Loucura! Tudo isso porquê? devido aos míseros trocados, ou à uma bolsa que de valor só tem a utopia das ínfimas numerações? Louco! De que adianta os trocados da rua e perder a vida? Louco! De que adianta ganhar o mundo e perder a alma? Louco! Do que adianta o atletismo perdendo um próximo? Louco! Loucura também é achar sanidade no meio de tanta barbaridade. Joguem ao manicômio! é a voz do cansado

ANTES QUE A MORTE ME ACORDE!

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Assombrada com o para-sempre voltei-me atropelada para o passado num desejo incabível de não o largar. Não que este tivesse sido feliz e amigável, mas, a risonha incerteza da qual se veste o futuro e a estéril felicidade em seus abraços, fazem-me despir a coragem que amamentam a alegria de me aconchegar Antes que a morte me acorde! como osso entre os dentes de um recém-nascido, assim, confundes-me entre beijos e zumbidos como quem lambe com navalhas a pele que parece acariciar  As lembranças do que ainda não vivi, afugentam a saudade do que poderei não viver, por isso, antes que eu durma em meu desespero, vou recorrer a arma do poeta e guerrear com as vozes doutro planeta, para dar vida ao que não se pode ouvir, e assim gritarei sem que me possam oprimir Como pode o vencedor que muito se esmorece em sangue, agora se envergonhar de carregar o troféu? é como se as abelhas depois da árdua labuta, enjoarem-se do mel. Não há palavras que disfarcem a falência do prazer, e