PAZ EM ANGOLA E TESTES EM ÁFRICA

4 de abril, e o sol se abriu, seria mais um dia de sorriso se não fosse a tosse, a febre e a dor de cabeça que o ocidente causa ao povo Africano. Uma dor de cabeça que se alastra ao longo dos séculos. Passam segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos etc. O filme é o mesmo: coração que maquina planos perversos, e pés que se apressam para fazer o mal (Pv. 618).

400 anos de desumanidade, saques e pilhagens, não é o bastante! 

400 anos de implementação de um sistema opressor, conspirador e cleotocrático, não é o bastante!

400 anos de tentativa de apagamento de um povo e sua cultura milenar, não é o bastante!

400 anos objetificando um povo, relegando um continente inteiro à inexistência, não é suficiente para tanto desejo mortal. O que esperam de nós ? Rosas?

Esses sanguinários sugam tudo, e de tanto tudo se desumanizam a eles próprios. Uma espécie de vampirismo raro que combina o mais alto narcisismo com a divindade diabólica.

Como se estivessem fora da realidade: para além dos sentimentos, das sensações, das dores, jogam o jogo da vida como se de GOD OF WAR se tratasse, decidindo quem morre e quem vive. 

Século XXI, tempos modernos, entretanto inalamos os mesmos ares sufocantes e as mesmas teorias retrógradas raciais de sempre, o ímpeto do deboche em relação à outrem continua. A arrogância da superioridade racial atinge o raciocínio a ponto de levá-los à Knockout.

Com a mesma frequência que, arrogantemente, exibem toda sua intelectualidade, se esbarram na ignorância da autopromoção e do bom civilizador, qual serpente no modo ouroboros comendo o próprio rabo. Criando com isso um círculo vicioso do preconceito e descriminação racial. Não é por acaso que para esse povo Negro, a mercê do astrocismo do ocidente, a escravidão é o pecado original pois dele advém o racismo, a marginalização, a discriminação e a exclusão que desemboca na indiferença e na humilhação.

A história desse povo está marcada pelo martírio, pelas mortes e pelos holocaustos.

Sim hoje é 4 de abril, não é apenas o dia em que o sistema opressor racista estadunidense silênciou a vós do profeta dos negros: Martin Luther King jr., um defensor da liberdade, igualdade e fraternidade, entre os seres humanos, mas também é o dia que os Angolanos alcançaram a tal sonhada paz. Uma paz que duraria quase 30 anos de espera. A alegria só não é plena pela falta de pão e por uma pandemia num segundo momento. Pandemia esta causada também pelo egoísmo humano. Suas consequências se espraiam por todo globo, por falta de um plano de saúde global que possa contemplar à todos (quanto isso nos posicionamos que não somos a favor da teoria natural, pois, catástrofe ou fatalidade são apenas meras palavras lindas para descrever a irresponsabilidade humana sobre a criação. Caso para dizer: mais uma teoria para encobrir a maldade humana).

Por fim, como se não bastasse a falta de pão, e a quarentena obrigatória, a engenhosa mente depravada, racista, hegemônica, e imperialista vem dar show na praça pública da palhaçada jornalística cogitando usar os filhos de nossa mãe África como cobaias de uma enfermidade global. Enfermidade esta, que a ver pelos números, por agora, há mais necessidade de vacinação no ocidente que no berço da humanidade. Mas não, eles são humanos e nós meros experimentos, assim eles pensam.

Entretanto não podem se esquecer do Espírito do N'zambi (Deus) que ao cansado anima, reanima e fortalece para combater um bom combate: contra todo ato desumano e a consequente banalização da vida.

O mesmo Espírito de Rosto Negro que moveu nossos profetas panafricanistas lutando contra toda ingerência interna e externa que promovem a morte e não a vida, está sobre nós. E sobre nós repousa para afirmar e reafirmar QUE SOMOS TÃO HUMANOS OU ATÉ MAIS (COM MAIS UBUNTÚ, UMUNTU ETC.. MAIS SENSIBILIDADE PARA COM O OUTRO) QUANTO VOCÊS! Pois, assim como o N'zambi/Suku, o nosso Deus é um Deus comunitário, que diante do clima apocalíptico generalizado e da esperteza humana, nos chama coletivamente para lutar, resistir e ter esperança no dia glorioso em que o amor, a misericórdia e a verdade irão caminhar juntas, e a  justiça e a paz realmente irão se abraçar e se beijar.

De uma coisa estou certo, não falta muito, África oh tchievite? (estás a ouvir?): já sinto os zumbidos dos tambores, os batimentos cardíacos da celebração, o acelerar da pulsação, certamente que a salvação está perto daqueles que o temem, mais vozes estão se levantando para que a glória habite na nossa terra. Olhe a misericórdia e a verdade se encontrando, olhe a justiça e a paz se beijando. Okassi okutchimõla? (Estás a ver?).

Olha a verdade brotando na sua bela terra, e a justiça olhando desde os céus. Estás vendo os seus novos profetas? Olha Eto'o, Drogba, Demba-Ba, Coff, e tantos outros Cambas (amigos) te defendendo! Sim, lamentavelmente muitos se prostituiram, alguns estão te vendendo ainda agora, por alguns trocados estão usando seus filhos de cobaia. Para quem der mais vendem seus filhos, tal como a Bela Sulamita (cantares 5). Outros tombaram nas fileiras contra opressão, porém, parafraseando um sábio ditado, "calam-se os profetas, mas não à profecia"  já que tantos outros estão se erguendo, okassi okutchieva (estás ouvindo?).

Do mesmo modo Nãla Yetu, uh okola (nosso Senhor o poderoso) dará o que é bom ao opressor, e a nossa terra dará o seu fruto. A justiça irá adiante dele, e nos porá no caminho das suas pisadas (Salmos 85) e juntos contemplaremos a tão sonhada terra prometida!

Por Emiliano João

África levante-se!!

# JUNTA-TE A NÓS  PARA DEFENDERMOS O BERÇO DA VIDA:

HUMANO, SIM!

COBAIAS, NÃO!

BASTA!