ANGOLANO(A)S DE TODOS LUGARES UNI-VOS, pois, A LUTA QUE É DE TODOS NÓS CONTINUA!

Da diáspora ouviu-se um som, é o choro de uma mãe angolana que novamente perdeu seu filho para à represália policial. 

E em seguida, silêncio! É o silêncio angustiante do horror face à banalização do Ser. 

Seguido de um espanto, é o espanto diante da condição do(a) jovem caído(a) em sua poça de sangue.

E subsequentemente revoltas: assassinos! é o único vocabulário capaz de descrever a brutalidade exercida por quem foi incubido do sujo trabalho do assassinato em massa.

Em massa mesmo, foi o equipamento do aparato de repressão do regime qual igual uma guerra, alá "guerra civil", a fim de silenciar as vozes clamando por "liberdade, ainda que tarde"!


É desta forma que minha alma assombrada pelas imagens e vídeos provenientes de Angola. Pese, embora nos alegremos com à coragem daqueles que não se calam, não se acovardam, nem sucumbem perante o Estado suicidário angolano, perpetuado pelo MPLA, por outro lado, sentimos o luto daqueles que lutam por uma Angola melhor! 

Hoje seria suposto alegremente comemorarmos o dia da independência, no entanto, estamos aos gritos novamente lutando pela vida. Numa contínua guerra onde é a nossa MAMÃ ANGOLA a única vítima desse regime sanguinário. Já dizia a parábola do cágado velho: "a história deste povo é uma história de guerras, mas também é uma história de lutas, de resistências, de sobrevivências e de afirmação pela vida". Todavia, queríamos nós que apenas fosse uma história de celebração pela vida. Assim que o emaranhado de interrogações e as perguntas da teodiceia não cessam de nos visitar à memória: Com quantos remos se rema um país? Com quanto sangue se lava uma nação? 

Com quanta dor e jejum se exorciza o demônio contra liberdade? Até quando o tempo será enganado, se até o velho embondeiro pela água mole é derrubado? rios de lágrimas jorram por este país que me viu nascer. 


E as interrogações não cessam: okassi pi à Tata N'zambi? Toke pi ohali yehi? (Onde estás o nosso Deus? Até quando este sofrimento?) Quando será que nossos líderes deixarão de ser tolos? Quando entenderão que o poder é do povo? Quando perceberão que, um povo unido, poder autoritário nenhum vence? Quando deixarão de enxergar o povo como inimigo público a ser extirpado? Quando perceberão que não há nenhum crime na reivindicação de nossos direitos? Quando passarão a governar com o povo e não "para" o povo? 


E a nossa sociedade civil, agentes criminosos culposos destes assassinatos (afinal quem ao mal não se opõe, à ele venera) Quando enxergarão que o sangue dos inocentes clama por justiça? Quando entenderão que o CULTO DA LEI E ORDEM é um discurso estapafúrdio? Afinal, um Estado que usa e abusa da legalidade não precisa de constituição, qual seria sua serventia se não para ser rasgada?

Um regime que mesmo desrespeitando à própria constituição detalhadamente elaborada por si, se atém a um tal mito da LEI E ORDEM a fim de silenciar às poucas vozes sonantes em meio ao deserto, no entanto, o CULTO DA LEI E ORDEM não leva em consideração quem faz à lei, nem os interesses do povo, mas, pelo contrário, o de uma classe, os de uma elite, a velha elite dos marimbondos, alá burguesia colonial, onde os poderosos constituem apenas 1% da população total.


E aqui nos encontramos, 45 anos depois, lutando ainda pelos mesmos ideais daqueles que outrora nos venderam a utopia da liberdade. Quanto ao inimigo? Este permanece o mesmo, apenas revestido agora em pele preta igual da gente.

Um inimigo que usa de todas artimanhas para desestabilizar, desinformar, fomentador do caos e desincentivador da continuidade da luta pela vida. Foi desta forma que nos prenderam durante muito tempo no MITO DA MAIORIA SILENCIOSA, do CIDADÃO MÉDIO, do HOMEM DE BEM, dos ARRUACEIROS e da VOVÓ CHICA, o velho CHÊ MENINO NÃO FALA POLÍTICA. São todas expressões que explicam o espírito contra-revolucionário a favor do status quo. Na realidade, episódios como o de hoje, vêm no sentido de nos provar que "podem parar o revolucionário, mas nunca à revolução, o profeta, mas nunca à profecia", pois, o grito do povo angolano, aliado pelo clamor do sangue dos inocentes e do espírito que dinamiza a vida ESTÁ LONGE DE SER SILENCIOSO: GRITA ALTO E EM BOM SOM SUA INTENÇÃO DE LEVAR A CABO UMA TRANSFORMAÇÃO RADICAL DA SOCIEDADE ANGOLANA!

Por tanto, ANGOLANO(A)S DE TODOS LUGARES UNI-VOS, pois, A LUTA QUE É DE TODOS NÓS CONTINUA! do contrário só nos restará lamentos e barbárie, e o péssimo legado de um futuro sem Horizonte às gerações futura, relegando à MAMÃ NGOLA numa terra arrasada, fazendo da liberdade uma contínua utopia ilusória!


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