“Olha-me, a história de um país perdido: Marés vazantes de gente amordaçada, a ingênua tolerância aproveitada em carne”

 


Olha a história do Deus encarnado, do amor sem máscaras, do preço pago, da irrupção de alegres novas; podes ver? 

Olha a história que deu origem ao "bandido bom é bandido morto" e se "caiu" no corpo errado tá morto, que vida osso! Podes enxergar?

Olha a história de quem nada fez para merecer tal brutalidade desproporcional, a não ser pela lógica de uma política canibal. Vez alguma semelhança?

Olha a história do servo sofredor, do rosto sem rosto, do humano desumanizado, da raiva escancarada, da carnificina do horror, mas que terror. Podes perceber?

Olha a história do cuspido não cupido, batido não exaltado, vaiado não ovacionado, questionado não acolhido, desdenhado não admirado muito menos reverenciado. Consegues entender?

Olha o corpo caído no chão sem compaixão, uma, duas, três...e quantas vezes mais se permitires enxergares. Mas será que consegues captar?

Olha a corrente nas mãos, o fuzil nos ombros, a vigilância dos gestos, os olhares pávidos, e os julgamentos apressados. Consegues assimilar?

Empurram-no com chicote para o mais absoluto inferno e gritam-no continuamente palavras más; entoam vitória em flagelar o filho de Deus e como vampiros sugam o sangue que lhes sabe a néctar dos deuses. Não vês? nem consegues compreendes? Ao menos consegues assimilar? 

Então “Olha-me, a história de um país perdido: Marés vazantes de gente amordaçada, a ingênua tolerância aproveitada em carne”. Será que isto enxergas? Não consegues enxergar? Não consegues ver? não consegues olhar? Não queres ou não consegues? Só tenta! Pois nisto se encontra o significado da páscoa que é muito mais do que os ovos e deixar de comer carne na sexta-feira santa! 

É a subversão de um sistema de morte; 

É a saída da grande noite

É a supressão da mesma; 

É a sublimação da vida.

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