E AGORA ZÊ?

E agora zé?
O show acabou.
A luz se apagou.
E a morte do artista se adiou.
O fim do poço? É uma realidade que se descobre ser infinita.

Venceu a lei do mais forte.
Venceu a casa grande e o chicote.
Venceu a mesma personagem de sempre,
só que hoje em um papel diferente.
venceu o Estado de exceção,
com sua ambiguidade, complexidade,
e paradoxalidade.
venceu a tia Julia das águas que para alguns é uma bela atriz,
ao passo que para outros uma boa meretriz. 

Havemos de voltar assim dizia o poeta!
Mal sabia ele que era para nossa realidade nua e crua,
Para os nossos sonhos frustrados,
Para as nossas torneiras sem água,
Para nosso "choro" sem encantos,
Para nossa perseguição sem trégua,
Para nosso desencanto e tristeza.

Resta-nos agradecimentos;
Agradecimentos pelo belo espetáculo.
Sobram-nos lamentos;
Lamentos, pela incidência de tal farsa.
Enchem-se rancor e descontentamento,
entre o furor e o ódio,
apenas nos resta ajuntar os cacos,
apegar-nos no que acreditamos 
talvez um terço, 
ou ainda um pai nosso,
pois será necessário para um bom começo do controverso João Lourenço.
que para alguns é a escolha certa 
ao passo que para outros uma incógnita ou uma incerteza.  
sacudir a poeira,  erguer a cabeça rumo aos próximos 5/15 anos.

A inercia, é a pior atitude que quer germinar;
A impotência, entre trancos e barracos não para de florear;   
Contudo, agarramo-nos a esperança,
a fé, o amor e a perseverança,
Jamais pararemos de sonhar
Jamais pararemos de acreditar
Jamais deixaremos de apregoar a tão almejada liberdade
Liberdade esta que no piscar do olho virá ainda que tarde.
                                                                                                               
                                                                                                                      by    Emiliano Jamba


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