A PORTA
Levantou-se e em direção à porta meus desejos caminhavam, fitava seus olhos em mim, e fugaz à porta segurava. Implorei, e derramei todo meu ser em súplicas, foram inúteis as minhas petições. Assisti a matança de tudo o que um dia me fez viver. O meu colo se fez matadouro e aos ares iam-se juntas e medula, no chão, apenas sangue do que já foi ternura. Bateu a porta com a força de Zeus, sem se importar de quebrar o que era seu. Apavorei-me com a frieza do que já me aqueceu, pois sua brandura há muito já morreu. Conservei-me ao silêncio e tranquilamente me sentei, e aceitei que aquela guerra a outro guerreiro pertencia. Inesperadamente, vi repousar seus braços em mim, envergonhado com tamanha sujeira recusei seu consolo e muito menos seu colo. Sua aparência era formidável e desviava atenção da minha dor, vaidade embainhada no odor, não contaminava sua pureza. Contei-lhe do ocorrido, e inocentei-me do que havia cometido, seu jeito seguro conhecia bem q...