CADA POETA É UM MUNDO!

Poderia começar com um sorriso gaiato, talvez um olhar engasgado, ou franzir as sobrancelhas e assustado dizer:
- Sério!? Como podes estar nele sem antes o teres tocado?
Mas, escolho a observação trocada pela interjeição. 
É fantástico ver a nudez dos segredos de seres robustos desvendado por palavras miúdas. 
É curioso o embalo que tem a poesia em almas frias.
As armas do poeta sobrepõem-se em areia movediça sem serem arrastados para o fundo da preguiça. 
Elas fazem com que o passado corra aflito ajoelhando-se ao presente que lhe dê descaso, 
e ao futuro, crava incertezas cumprindo penitência de pecados que ainda não os escreveu.

O poeta é um ser vazio de si, cheio de alucinações ou talvez revelações. 
Fala do amor, sem nunca ter conhecido, escreve a dor, mesmo tendo no rosto um sorriso maroto.
Sua mente é um mistério, fascina-se com as cores que ganham suas palavras. E por mais incrível que seja, também é traído por seus verbos quando levam em rimas as rinchas que jurou não descrever.

O poeta é descoberto pelo seu ser, tem seu olhar distante do que está perto, e tudo o que nele toca, põe -lhe desperto.
Tenta ler o que não se escreveu, em sua mente tem trilhões de palavras esperando a fonética dar vida.

A oralidade já lhe parece apertada para o tanto que precisa falar, e com esta coisa de "tempo", ele precisa cada vez se superar.

Tem nos ombros a pressão de quem espera com os seus versos se apaixonar, e do outro lado a mordida de quem quer com suas palavras desabafar.
Vive num agridoce, onde não há erro que não se goze.
 Seus textos parecem levar-nos para onde nossa mente ficou e quando lá chegámos, acusamo-lo de nos expor. 

O poeta precisa ser leve, sem ser fraco, precisa agarrar sem machucar. Ele escuta essa cantiga: "inclina teus ouvidos para o que tenho a te revelar querido poeta, mas só lhe peço, não escutes meus segredos, e, escreve meus pecados sem ler e nem aos erros desvendar.
Ele tem a liberdade que muitos se recusam usar, e aos seus pensamentos dá asas mesmo sem voar.

E se mais uma vez as mesmas palavras libertar, certamente será tido como não criativo e detido em apedrejamento de quem nunca o havia conhecido.

By Telma Almeida

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