NÃO ME ENCAXO NESTA CAIXA!

Tiraram-me ao que chamaram peso as costas,

calçaram-me ideias impostas,

e em minha mente trajes estranhos e pesados tentaram suavizar aquilo que ela não mais suportava.

Em filas enormes e incontáveis fomos colocados,

a ideia é corrermos atrapalhados sem sermos esganados,

porém pintados com as mesmas fantasias;
que azia!
Carregando as mesmas frustrações,

Buscando nelas satisfações,

Neste desafio, onde o sucesso rouba o lugar à irmandade o que se pode dizer da solidariedade?

Somos obrigados a correr bem antes que o apito da largada seja tocado,

mas é claro,

sem ter pressa,
faz parte do jogo.
poe a mascara
e entra no encanto do conto!

O importante é não ser deixado!

E ter coragem de participar da farsa,

ainda que precise derrubar aquele a quem passei a chamar de obstáculo,

e faça da sua queda uma alavanca para um passo mais alto.

E desta forma achar nos diferentes, solidariedade.

A fim de não me passar por intolerante.

Eles vêem preparados.

Munidos de conhecimentos retóricos,

que enche apenas egos suficientemente largos que sufoca a própria respiração.

São a razão de tudo quanto possuem, sem nada ter no final de tanta opressão.

Padronizaram os sonhos!

Neste salão apenas a ambição  ainda fica acordada depois das 11h da noite enquanto se vela o carácter de muitos.
As almas arrastam-se em passos mortos,
carregando os corpos definhados.
Que a imensa escuridão não consegue ser iluminada nem por uma vela.

O caminhos é Largo!

São várias as  saídas, e como toda boa maratona, apenas há uma fita a ser atravessada,

e neste desafio o certo, serão alegrias a serem ultrajadas.

Servem banquetes avantajados de rostos que não são os seus, enquanto saqueam a merenda de quem guardou um traço das espigas secas de uma identidade que precisa esconder.

Os amores são incostantes, cheios de palavras e blefes longe de qualquer afecto.

É proibido chorar, embora seus olhos estejam encharcados de desespero, pois não há tempo para parar, tornam enxutos de prazeres os abraços apressados e no mesmo compasso desfalevem os contactos. Longe deles arrasto o meu cansaço e me refresco neste ar fresco, dispo-me das lendas desta felicidade utópica e satisfaço-me com os bocados da herança de sentimentos que apenas  eu os pude viver.

Não me encaixo nesta caixa!
é demasiado larga para o tanto que tenho a gritar, e enquato dos meus poros goteja satisfação com o que eu chamarei de realização estarei aqui vê-los a correr deixando minha sombra viver.

By TELMA ALMEIDA