LIBERDADE LIBERDADE AINDA QUE TARDE!
Entre dentes
ouvem-se,
Entre a coragem
e o medo sussurram-se,
Entre a ousadia
e a esperança suspiram-se,
Entre portas e
janelas fechadas
Iluminadas por
candeeiro ou por velas acesas
Brilham os
olhares ávidos por esperança
Quer adulto ou
criança,
Liberdade!
Mentes
pensativas,
mãos cruzadas,
Unhas sujas,
longas, ou
curtas,
Algumas finas,
outras
grossas,
Apenas um
desejo: tornar o longo filme em curta-metragem
que já se
transformava em uma miragem.
Liberdade!
Pensam-se de mil
maneiras,
Alguns trazem
pensamentos que refletem asneiras
Outros demonstram
todas suas ideias engenhosas
Erguem-se
bandeiras
Citam -se livros
sagrados que tragam esperança,
Ou ainda citando
o poeta da "sagrada
esperança"!
Em pepetela
descobrem que fazem parte da "geração da Utopia"
E lutam para que
suas causas não passem de mera utopia,
Então lendo
Cavalcanti se voltam para a construção de uma utopia possível
Entre o possível
e o impossível se fitam no alcançável
Com Água Lusa,
fazem-se "conjuras"
Debatem-se entre
"catálogos que deia algumas luzes"
E "catálogo
das sombras"
Buscam em não se
transformarem "filhos do vento",
E como Mia Couto,
Refletem a vida
para além do conto
E como a vida seria
"se Obama fosse africano",
Descobrem que as
vezes terão de ser como camaleões,
para poder
conviver com a herança de camões.
Apenas uma
palavra: Liberdade!
Liberdade,
Liberdade ainda que tarde!
Palavra essa que
surge da pobreza
parte para a
nobreza,
E retorna a
pobreza,
Com a mente
cheia de imaginações,
Com o coração
cheio de indignações
Bocas cheias de
indagações,
Olhos carregados
de inflamações,
Causado pelo
tanto lacrimejar,
Que a nenhum
outro cause um sentimento de invejar
Palavras que
desaparecem perante o senário lastimável
Deplorável!
Talvez seja o
que mais descreva aquilo que para alguns é inimaginável
Enquanto que
para outros ostentam suas vidas de invejar por tanto esbanjar.
Com Meirelles
recitam: Liberdade-esta palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém
que explique e ninguém que não entenda. (Cecília Meireles.1953)
Com à
possibilidade de se fazer história em Angola
Alguns
deslumbram seus sorrisos ilusórios
Ao passo que
para outros não passa de mero delírio
Pois mudança é
uma palavra que não se concretiza na prática.
Face a tudo isto
apenas uma palavra: Liberdade!
Liberdade,
Liberdade ainda que tarde!
por EMILIANO JAMBA
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